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Idosos sozinhos duplicam em Portugal

Os subgrupos dos 75 ou mais anos e dos 85 ou mais anos crescerão mais do que o grupo dos 65 ou mais anos, o que se traduz num envelhecimento da própria população idosa.
As pessoas com 85 ou mais anos podem representar entre 12,7% e 15,8% da população em 2060.

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Idosos cada vez mais sozinhos

Estima-se que o número de idosos, com idade igual ou superior a 60 anos, duplique até 2050 e mais do que triplique até 2100.

A proporção de pessoas em idade ativa (população dos 15 aos 64 anos de idade) também diminuiu de 65,8% para 63,1%, verificando-se simultaneamente o aumento da percentagem de idosos (população com 65 ou mais anos de idade) de 19,2% para 24,0%.

Num olhar para os anos 90 o número de idosos a viverem sozinhos em Portugal duplicou segundo Filipe Ribeiro | Laboratório de demografia da U.E.

A GNR tenta garantir a segurança das pessoas mais isoladas através de algumas iniciativas como refere Ricardo Pasadas | GNR de Évora

Portugal é o país da União Europeia a envelhecer mais rapidamente.

Portugal ultrapassa Itália e tem já o maior rácio de dependência de idosos na União Europeia
Portugal é o país que está a envelhecer a um ritmo mais rápido no conjunto dos 27 países da União Europeia. Em apenas uma década, a população envelheceu 4,4 anos em média.

Projeção da população 2018-2080

O Instituto Nacional de Estatística publicou uma projeção da população residente até ao ano 2080.

O período considerado foram os anos entre 2018 e 2080.

O número de jovens diminuirá de 1,4 para cerca de 1,0 milhão e o número de pessoas idosas passará de 2,2 para 3,0 milhões.

O índice de envelhecimento quase duplicará, passando de 159 para 300 idosos por cada 100 jovens.

Este índice apenas tenderá a estabilizar próximo do ano 2050.

Os subgrupos dos 75 ou mais anos e dos 85 ou mais anos crescerão mais do que o grupo dos 65 ou mais anos, o que se traduz num envelhecimento da própria população idosa.

As pessoas com 85 ou mais anos podem representar entre 12,7% e 15,8% da população em 2060.

O século XX foi marcado pelo crescimento da população.

A preocupação com um número excessivo de habitantes não é um fenómeno novo.

O que o século XX trouxe de novo foi a divisão do mundo em dois blocos. Uma parte corresponde aos países subdesenvolvidos e concentra 80% da população. Outra parte corresponde aos países desenvolvidos e concentra 20% da população.

Estes blocos são diferentes, mas, fundamentalmente, têm caraterísticas opostas. No conjunto dos países subdesenvolvidos verifica-se um crescimento médio anual da população de quase 2% com elevadas percentagens de jovens (rejuvenescimento na base) e baixas percentagens de idosos. Nos países desenvolvidos o crescimento da população é praticamente zero, a percentagem de jovens é baixa e a percentagem de idosos é elevada (envelhecimento no topo).

Numa parte do mundo as crianças a mais são um problema porque o rendimento per capita é muito baixo. Na outra parte, em que o rendimento é superior e teoricamente existiam melhores condições para uma reposição mais equilibrada das gerações, o problema são as crianças a menos e o envelhecimento da população.

Nos países desenvolvidos o século XXI será marcado pelo envelhecimento.

Isto não quer dizer que existem idosos a mais. O aumento da duração média de vida levou a um aumento do número de idosos. Porém, o principal fator do envelhecimento da população é a diminuição da natalidade. Assim, verdadeiramente, o que existe são jovens a menos.

Além de serem em maior número, os idosos são cada vez mais pessoas ativas na sociedade em consequência da melhoria da saúde geral e da qualidade de vida da população. A velhice deixou de estar associada a uma fase de decadência ou doença, tendo surgido conceitos como o envelhecimento ativo. As pessoas idosas têm uma intervenção cívica cada vez mais acentuada e passaram a ser consideradas um grupo com relevância social. As políticas públicas para a terceira idade alteraram-se passando de uma perspetiva assistencial e meramente residual para verdadeiras políticas de inserção e consideração dos idosos e tendo sido criados programas públicos orientados para a terceira idade.

Começa a falar-se de uma nova alteração demográfica que consiste no surgimento dos velhos válidos.

Como afirma Nazareth (2020, p. 2), ‘quando se tornou significativa a pressão demográfica exercida pela nova explosão demográfica: a dos velhos válidos, é que verdadeiramente se começou a acordar para a dimensão multidisciplinar do problema. Os idosos válidos passaram a ser demasiado numerosos para serem escondidos ou entretidos em lares, centros de dia ou passeios de barco’.

A projeção que foi apresentada pelo Instituto Nacional de Estatística confirma estes problemas.

São necessárias políticas para o envelhecimento da população, mas também são imprescindíveis medidas no sentido da integração e participação dos idosos baseadas na autonomia e capacitação.

2024 ano crucial

A 14ª sessão do Grupo de Trabalho Aberto sobre o Envelhecimento (OEWGA), em 2024, marca um momento crucial para a criação de uma convenção das Nações Unidas sobre os direitos das pessoas idosas.

Após treze anos de reuniões, esta poderá ser a última oportunidade para os Estados-Membros das Nações Unidas chegarem a um consenso sobre como colmatar as lacunas existentes na proteção dos direitos das pessoas idosas.

Têm de se unir para determinar de forma decisiva a necessidade de uma convenção que salvaguarde os direitos humanos das pessoas idosas. Caso contrário, estarão a falhar não só com a atual população idosa, mas também com as gerações futuras. As repercussões de não o fazer estendem-se para além do presente, afetando o bem-estar e os direitos dos futuros idosos.

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