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Felicidade nas escolas é prioridade de 99% dos diretores portugueses

Representantes da UNESCO apresentaram resultados do relatório em conferência organizada pela Atlântica – Instituto Universitário

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Nacional

Felicidade nas escolas é prioridade de 99% dos diretores portugueses

Nas escolas portuguesas, a promoção da felicidade e do bem-estar é consensual: 99 por cento dos diretores tem como prioridade promover uma cultura escolar feliz e 92 por cento dos professores sentem satisfação ao observar o progresso dos alunos.

Estas são algumas das conclusões do Relatório Global da UNESCO “Why the World Needs Happy Schools”, lançado na última semana e apresentado pela primeira vez em Portugal, no dia 23 de março. Com o Dia Mundial da Felicidade – celebrado a 20 de março – como mote, a Atlântica – Instituto Universitário desafiou representantes da UNESCO, da Comissão Europeia e da Direção-Geral da Administração Escolar (DGAE) a participarem numa conferência, esclarecendo as conclusões do documento, que dedica um capítulo ao caso português.

Diretores e professores destacam felicidade como pilar da educação

O relatório apresentado inclui um balanço da implementação do modelo Happy Schools em Portugal, uma iniciativa da DGAE em parceria com a Atlântica. A UNESCO e a DGAE procuraram obter feedback sobre o projeto através de um inquérito que recebeu 2.042 respostas de professores, dos quais 80 por cento revela orgulho na criação de um ambiente positivo na sala de aula e 68,5 por cento afirma sentir felicidade ao ensinar; dois terços encara o futuro com esperança e mais de metade deseja currículos mais envolventes.

Já as respostas dos 115 diretores inquiridos confirmam que o foco no bem-estar tem contribuído para ambientes de aprendizagem mais felizes e positivos. 97 por cento considera que as suas escolas são lugares seguros e 90 por cento reporta um clima escolar positivo. Já 86 por cento afirma ter colocado o bem-estar dos alunos e professores em primeiro lugar. Destaque-se, ainda, a intenção de promover um ensino inovador, personalizado e com um maior foco na criatividade, revelada 76 por cento dos diretores.

Além de uma base teórica e da compilação de indicadores sobre temáticas como o bullying, o abandono escolar e a saúde mental, o Relatório Global “Why the World Needs Happy Schools” apresenta algumas componentes orientadas para a aplicação prática do modelo, à semelhança do que se tem verificado em Portugal e em países como a Finlândia, o Iémen, ou o Vietname. A felicidade nas escolas é uma das principais prioridades da UNESCO enquanto elemento central na transformação da educação. A organização pretende, através deste modelo e de ferramentas concretas, promover um ambiente de aprendizagem positivo e inclusivo através da integração de práticas de bem-estar emocional e social no currículo escolar.

Diagnóstico e formação são apostas da DGAE e da Atlântica

Em 2021, tendo por base as orientações da UNESCO – em particular a importância de dotar os profissionais de ensino com as competências necessárias à implementação deste modelo –, a DGAE desafiou a Atlântica a desenvolver um programa Happy Schools, assente na formação dos diretores portugueses. Jorge Humberto Dias, docente da instituição, é o responsável pela dinamização de cursos de formação destinados aos cerca de 800 diretores de escolas que existem atualmente em Portugal, no sistema público de educação. A formação – acreditada pelo Conselho Científico Pedagógico da Formação Contínua dos Professores – já contou com a participação de 240 formandos ao longo de seis edições, com a próxima a iniciar-se em abril.

O programa Happy Schools em Portugal conduziu, ainda, à criação de uma ferramenta de diagnóstico para avaliar os níveis de felicidade nas escolas. A primeira aplicação do inquérito, em novembro 2023, contou com a participação de 845 professores, que revelaram sentir-se mais infelizes na escola do que nas suas vidas pessoais, expressando descontentamento com a falta de reconhecimento, salários baixos e excesso de burocracia. Este diagnóstico pretende apoiar diretores e professores no desenvolvimento de planos estratégicos para a promoção da felicidade e bem-estar nas respetivas instituições de ensino. Refira-se que está em avaliação a criação de um selo “Happy School” destinado às escolas portuguesas, em reconhecimento do cumprimento de determinados padrões de felicidade.

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