Évora
Hernâni Zão Oliveira, investigador da Universidade de Évora
Trabalho sobre História da Hesitação da Vacinação leva investigador da Universidade de Évora ao CERN
Hernâni Zão Oliveira, investigador da Universidade de Évora e estudante do programa de doutoramento em História e Filosofia da Ciência, foi convidado para ser um dos oradores da conferência “Communication Networks Before and After the Web: Historical and Long-term Perspective”. O evento terá lugar no Conselho Europeu de Investigação Nuclear (CERN), e reúne os principais investigadores da área da História da Comunicação do Mundo.
O CERN inspirou a ECREA, Associação Europeia de Pesquisa e Educação em Comunicação e organizadora do evento, a escolher o tema das redes de comunicação a partir de perspetivas históricas e de longo prazo como tema principal do programa de formação. De facto, foi aqui que a World Wide Web deu os primeiros passos entre o final da década de 1980 e o início da década de 1990.
De acordo com a organização, ““Rede” é uma das palavras-chave e metáforas mais simbólicas e obsessivamente repetidas da literacia digital. Contudo, as redes de comunicação não são exclusivamente digitais. Da telegrafia à telefonia e comunicação sem fios no século XIX, das redes de rádio e TV no século XX, o conceito de rede já era utilizado mesmo antes da Internet e, especificamente, da Web. As redes de comunicação parecem transformar a sensação de velocidade, espaço e lugar, criando novas ligações e apagando outras. As redes permitem a troca de comunicações ou limitam-na, novas redes são lançadas e as antigas são abandonadas ou têm de ser mantidas”.
Juntamente com Maria de Fátima Nunes (Universidade de Évora/IHC) e Helena Lima (Universidade do Porto/CITCEM), o investigador foi convidado a apresentar o artigo “Trolling from the past: the heavy legacy of the world’s first vaccine coverage and the anti-vaccine leagues counterpart”. O trabalho debruça-se sobre as estratégias de disseminação utilizadas pelos movimentos pró e contra vacinação que se originaram na Europa e na América, após a descoberta da vacina contra a varíola no final do século XVII.
Para Maria de Fátima Nunes, orientadora do investigador e diretora do doutoramento, “este trabalho demonstra como as redes de conhecimento, no passado e no presente, são vitais para construção inovadora de conhecimento. De facto, a História da Ciência -produzida em equipa e de forma interdisciplinar vai ao encontro de utilidade social da investigação produzida. Esta proposta em torno das redes de conhecimento para a institucionalização vacínica – e dos movimentos concertados anti vacínicos – vai demonstrar quão importante são os atores invisíveis, os secundários que fazem mapeamento de territórios de conhecimento ou de publicismo, a favor ou contrários aos ventos de modernidade”. O workshop terá lugar em fevereiro de 2025.
