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“Espalha Cristo quem espelha Cristo”, diz D. Senra Coelho.

Arcebispo de Évora apelou a “estar totalmente descentrado de si e estar plenamente recentrado em Cristo.

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Páscoa

“Espalha Cristo quem espelha Cristo”, disse o Arcebispo de Évora na Missa Crismal desta Quinta-feira Santa

A Semana Santa 2024 está a ser vivida em pleno na Catedral de Évora, assim como por toda a Arquidiocese.

Na manhã desta Quinta-feira Santa, o Arcebispo de Évora, D. Francisco José Senra Coelho, presidiu à Missa Crismal, na Catedral eborense, que congregou todo o presbitério à volta do Pastor.

A Missa Crismal, animada liturgicamente pelo coro Stella Matutina e transmitida em direto pelos canais digitais da Arquidiocese de Évora, numa produção do Departamento de Comunicação com o apoio da Comunidade Canção Nova de Évora, foi concelebrada pelo Arcebispo de Évora emérito, D. José Alves, pelos cónegos do Cabido da Catedral, por largas dezenas de presbíteros, servida por vários diáconos e contou com a presença de muitos consagrados e consagradas da Arquidiocese, com os seminaristas e com muito povo de Deus.

“«O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu». Eis o sentido da celebração de hoje, com a bênção dos óleos e a renovação das promessas sacerdotais”, começou por dizer o Arcebispo de Évora na homilia.

“Cristo pede à Sua Igreja a maior transparência possível, para O apresentar como sua Cabeça, Fundamento e Mediador perfeito do Pai. A missão da Igreja é amplificar a Sua Palavra e pelo Espírito Santo procurar ser mestra no discernimento. Por isso, a Igreja é Corpo de Cristo, onde cada um tem o seu lugar, a sua missão, carisma ou ministério”, explicou o Prelado.

“Foi-nos confiada a semente da Palavra viva e eficaz que deve ser testemunhada e anunciada para ser conhecida, descoberta, vivida com novidade. A Palavra de Deus que somos incansavelmente chamados a anunciar fundamenta a fé dos crentes e constrói a Igreja. «As Escrituras não nos foram dadas para que as conservássemos só escritas nos livros, mas para que as gravássemos no coração (…) impressas na nossa alma para que esta fosse purificada», como afirma S. João Crisóstomo na sua homilia sobre S. João (32, 16)”, acrescentou D. Francisco Senra Coelho.

“Caros Padres, a Palavra que anunciamos pede-nos para sermos construtores e garantes da unidade da Igreja. A vivência da construção da unidade faz parte do nosso ministério sendo parte integrante e identitária da nossa missão: “para que também eles sejam um em Nós e o mundo acredite que Tu Me enviaste” (Jo 17, 21)”, sublinhou o Arcebispo de Évora, que acrescentou que “nada nem ninguém assuma o lugar e a primazia desta prioridade. Que os momentos e as actividades do nosso presbitério encontrem precedência em nossas opções e agendas. Sim, a edificação da unidade do nosso Presbitério e de toda a Igreja faz parte do nosso ministério!”

“Como não há Pastoral sem pastores, é de suma importância que esses pastores surjam em quantidade e sobretudo em qualidade. Quanto a esta última, a prioridade assenta sobretudo na sua maturidade humana e cristã, lucidez e dedicação. A boa relação entre os pastores é vital para a autenticidade da Pastoral”, disse o Prelado eborense, recordando que “os pastores nunca podem estar desligados e jamais se hão-de sentir abandonados, nem por Deus, nem pelo Bispo, nem pelos colegas, nem pelos fiéis, se isso acontecer, eis um tema a exigir de todos nós conversão e compromisso. Efectivamente, somos chamados a ser pastores segundo o coração de Deus (cf. Jer 3, 15), à imagem do coração do seu Filho Primogénito (cf. Mt 11, 29).”

“O que o padre recebe no sacramento tem de se tornar visível na vida. Na missão, a competência é muito, mas a vivência é tudo. Importa que, com os Diáconos, continuemos a edificar as comunidades, nas quais  os leigos assumam as  funções próprias da sua laicidade, em forma de serviços e ministérios, libertando o presbítero de afazeres não específicos para que este possa exercitar plenamente o essencial do seu ministério, com tempo e paz. É este o caminho há muito discernido por nós”, afiançou D. Francisco Senra Coelho.

Ainda dirigindo-se a cada presbítero, o Arcebispo de Évora apelou a “estar totalmente descentrado de si e estar plenamente recentrado em Cristo. Tal como Cristo é a transparência do Pai (cf. Jo 14, 9), o padre há-de ser a transparência de Cristo, como experimentamos, espalha Cristo quem espelha Cristo, sendo expectável que a vida do discípulo esteja decalcada na vida do Mestre. Qual é, então, a prioridade em nossas vidas? A prioridade é estar com Cristo, acompanhá-lo sempre”.

“Mas se a Cruz esteve presente na vida de Cristo, como é que poderia estar ausente da nossa vida? Eis a dimensão do testemunho, do martírio dos discípulos: “Que Ele cresça e eu diminua”, partilhou o Arcebispo de Évora recordando a frase que é o seu lema episcopal.

“Bendito seja Deus pelo sacrifício aceite e oferecido pelo nosso Irmão D. Manuel Madureira, pelos nossos irmãos Presbíteros e Diáconos fragilizados pela idade e doença. Bendito seja Deus por cada um de vós. Bendito seja Deus pelos 50 anos de dedicado serviço dos Cónegos Manuel da Silva Ferreira e Manuel Maria Madureira da Silva; e pelos 25 anos de sacerdócio dos Padres Joaquim Carlos Antunes Pinheiro, Humberto César Gonçalves Coelho, José Gomes Sousa e Sezinando Luís Felicidade Alberto. Magnificat!”, referiu o Prelado eborense.

“Caros Presbíteros, que os Bispos, Diocesano e Emérito, com o Diaconado, os Consagrados e Consagradas, os Seminaristas, as famílias e todos os cristãos, saibamos dar graças  por cada um de vós e por vós rezemos!”, concluiu a homilia o Prelado eborense.

Após a homilia aconteceu a Renovação das Promessas Sacerdotais e a Bênção dos Santos óleos: Enfermos, Catecúmenos e Crisma.

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