Religião
A vida de um Arcebispo em tempo de Natal.
O Arcebispo de Évora e as celebrações de Natal.
Arquidiocese de Évora
O Arcebispo de Évora e as celebrações de Natal
No Estabelecimento Prisional de Elvas
No dia 23, das 10h até às 11.30h, o Prelado eborense visitou o Estabelecimento Prisional de Elvas, onde conviveu com os presidiários, guardas prisionais e membros da direção do estabelecimento.
Presidiu à Celebração da Palavra. Sempre acompanhado pelo Pároco e pela equipa de voluntários visitadores, pertencentes ao Movimento Teresiano Apostólico, MTA, foram distribuídas prendas úteis aos presidiários e brinquedos recolhidos em várias paróquias para os seus filhos.
No Estabelecimento Prisional de Évora
No dia 23, das 15h e até às 17.30h, o Arcebispo de Évora visitou o Estabelecimento Prisional de Évora, onde pode dialogar e conviver com os presidiários, guardas prisionais e direção do estabelecimento. Acompanhado pelo capelão, Padre Jesuíta, e pelos visitadores voluntários, pertencentes à comunidade das Irmãs Doroteias de Évora e ao Movimento dos Cursilhos de Cristandade, o Prelado celebrou a Eucaristia natalícia, fazendo-se depois uma singela confraternização de Natal.
Dia 24 de Dezembro – “Missa do Galo”
A tradição de Évora leva anualmente o Arcebispo eborense a celebrar a Missa da Noite ou do Galo numa das oito igrejas paroquiais da Cidade Museu. Assim, este ano, D. Francisco Senra Coelho presidiu à Missa da Noite de Natal na igreja de S. Brás, um exemplar típico do mudéjar manuelino alentejano e ao serviço do culto desde 1490; hoje, sede de uma paróquia com mais de dez mil habitantes e com o mesmo orago de S. Brás.
O Prelado, na homilia, referiu-se à centralidade de Cristo no presépio apresentado pelo evangelista S. Lucas, “Isto vos servirá de sinal: encontrareis um Menino recém-nascido, envolto em panos e deitado numa manjedoura.”
Segundo o Arcebispo de Évora, jamais alguém poderia imaginar que as promessas do Messias se concretizassem deste modo tão singelo e despojado. Ou seja, o encontro de Deus com a Humanidade a partir da mais humilde periferia humana como eram os pastores de Belém.
Daqui se percebe, que Deus quer estar ao alcance de todos os seres humanos. Ou seja, todos estamos à altura de Deus e somos capazes de estabelecer encontro e relação com o Salvador prometido. Ninguém é incapaz ou fica excluído. Percebemos assim, no sinal de Belém, que todos estamos no coração de Deus, que Ele é a nossa casa e para isso se fez Homem e veio compartilhar connosco a Sua vida e a nossa vida, por isso importa que sejamos também Sua casa, onde Ele habite, na certeza que onde Ele habita, com Ele habitam todos os humanos, todos os irmãos. Por isso, quem se abre a Cristo, abre-se em fraterna comunhão e compaixão a todos os semelhantes, fazendo-se irmão de todos.
A recusa de Cristo tem mostrado e coincidido, frequentemente, com atitudes autocêntricas, concentradas em si próprios e fechadas aos outros e, por isso, indiferentes, alheadas, omissas e desumanas. Tantas propostas antropológicas ateias, terminaram em terríveis desumanidades…
O responsável pela Arquidiocese alentejana, concluiu com a exortação do Anjo aos pastores de Belém, “Não temais”, para exortar a comunidade a continuar a experiência de peregrinos de Esperança e a refletirem a Luz do Natal, que levam nos seus corações, nos ambientes concretos do seu quotidiano.
Que todos possam dizer de cada Cristão: É alguém empenhado e com quem se pode contar para a construção de uma sociedade mais justa e fraterna.
Dia de Natal, 25 25 de dezembro
No dia 25 de Dezembro, o Arcebispo de Évora celebrou a Missa do Dia de Natal em Vila Viçosa, no antigo Convento dos Agostinhos, hoje Seminário de S. José, Centro Pastoral e Casa Sacerdotal, convidando os fiéis a juntarem-se aos Sacerdotes mais idosos, quase todos já dispensados das lides pastorais, e à comunidade missionária “Sementes do Verbo”, responsável pela Casa Sacerdotal e Centro Pastoral Arquidiocesano, ali sedeado.
Ao longo da homília, o Arcebispo de Évora valorizou a perícope do Prólogo de S. João, “O Verbo era a luz verdadeira que, vindo ao mundo, ilumina todo o homem”.
Referindo-se à primordial antítese luz-trevas, dia-noite, o Prelado, olhando para o mundo e para a nossa sociedade portuguesa, alertou para as imensas porções de opacidade, que ao gerarem ambientes baços impedem aí o brilho da Luz da justiça, da paz e da humanização, criando-se autênticos corredores de desumanidade. Parece que se joga a tentativa do apagão da cultura participativa e democrática, para se impor de novo o flagelo das autocracias.
A Luz de Cristo, a Luz do Natal, exige de nós cristãos, compromissos de cidadania que impliquem a promoção da liberdade pela defesa dos Direitos Humanos, o compromisso com a promoção integral da pessoa humana e a defesa da integração bem cuidada, de todos os que necessitamos que nos venham ajudar a construir a sociedade no seu dia a dia, os migrantes. Realidades sentidas com permanência no interior do país, onde o despovoamento constante e muitas vezes crescente, exige inevitavelmente a mão de obra de homens e mulheres migrantes, chegados até nós, provindos de todo o mundo. Também nesta realidade se experimenta que de facto, o mundo atual é uma aldeia global.
O Arcebispo alentejano agradeceu aos concelebrantes, residentes na Casa Sacerdotal, o notável testemunho das suas vidas em prol da evangelização e, por isso, mesmo da promoção integral da pessoa humana, quer no ensino, pois no passado, vários párocos, perante a inexistência de escolas públicas, iniciaram com muito sucesso, escolas paroquiais, e mais recentemente, a fundação de cerca de três dezenas de centros sociais paroquiais, em localidades onde faltavam lares, centros dia, cuidados continuados e serviço de apoio domiciliário para idosos, bem como creches e jardins de infância para crianças.
De facto, o Natal pede-nos compromisso pela humanização da sociedade e a rutura com a apatia da desistência social.


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