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Administradores da ULSBA foram vacinados com “doses exedentes de fim do dia”

Porta voz dos médicos arguidos justifica vacinação em elementos do Conselho de Administração

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Julgamento em Beja

“Tomaram as doses exedentes”

Começou hoje, no Tribunal Judicial de Beja, o julgamento que coloca no banco dos réus o conselho de administração da ULSBA(Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo).

Os arguidos decidiram eleger um dos seis arguidos, Iria Velez, para porta voz o que o Tribunal aceitou.

Segundo disse ao Tribunal os elementos do CA foram vacinados com ‘doses sobrantes’ não tendo ficado ‘qualquer doente prioritário por vacinar’.

A arguida salientou ainda o número elevado de surtos nos lares da região que acabou provocar um exedente de vacinas já que os infectados não eram vacinados.

Iria Velez acrescentou que 1300 vacinas não poderam ‘naquela altura’ ser administradas.

Seriam estas vacinas a seguir, na grande maioria, para os Centros de Saúde do distrito.

Os 6 arguidos são acusados de abuso de poder por terem elaborado um terceiro nível de pessoas a vacinar entre os quais estavam os elementos do CA e outros profissionais de saúde que não exerciam funções na área covid no Hospital.

A porta voz dos arguidos salientou ainda o facto que o ficheiro aonde estavam englobados os 3 níveis de pessoas a vacinar ‘foi aprovado pela ARSAlentejo’, segundo referiu nas suas declarações ao Tribunal.

Maria Margalha, presidente da ULSBA, uma das arguidas, acabou por prestar declarações revelando que concelhos como Barrancos e Alvito ‘não tinham capacidade’ para vacinar no momento em que existia exedente de vacinas no Hospital numa altura em que muitas vacinas foram distribuidas para os centros de saúde do distrito.

A presidente da ULSBA acrescentou ainda que ‘viveu se um caos’ no Hospital de Beja agravado com o facto do Hospital ter ‘perdido’ os dois médicos de saúde público. ‘Os médicos saíram num concurso público que abriu’, segundo referiu.

Só a 29 de Janeiro de 2022 veio um médico de saúde pública do litoral alentejano .

Joaquim Brissos, enfermeiro diretor, arguido, pediu intervenção para salientar toda a logística de transporte e distribuição das vacinas.

Hoje teve lugar o início do julgamento que vai continuar no Tribunal de Beja.

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