Gastronomia
Família romena conta a história da comida portuguesa num restaurante na Comporta.
O Restaurante São João mantém viva a tradição da cozinha portuguesa com tachos fumegantes, peixe fresco e o tempero da memória.

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4 dias atrásem

Comporta, Alcácer do Sal
Na Comporta, uma família romena tomou conta de um restaurante familiar e continua a contar a história — à mesa, com alma portuguesa
Comporta, 4 de agosto de 2025 – Há histórias que não precisam de retoques. Só precisam de ser bem contadas — ou melhor, bem servidas. No coração da Comporta, entre o sal do mar e o silêncio das dunas, existe um restaurante onde a tradição portuguesa sobrevive ao tempo, ao turismo e às modas, graças ao estilo de vida generosa de uma família romena que escolheu Portugal para recomeçar — e que acabou por devolver vida a um espaço com alma e história.
O Restaurante São João, situado na Rua 24 de Junho, pertenceu durante anos ao casal Gilberto e Graciete Batista, antigos donos de uma peixaria, apaixonados pelo mar e pela cozinha portuguesa feita como antigamente. Ao comprarem o prédio, decidiram que ali nasceria um restaurante com base no que melhor sabiam: cozinha tradicional portuguesa, simples, honesta e saborosa. Ambos já faleceram, mas o seu espírito continua a ser o ingrediente principal de tudo o que ali se serve.
O Restaurante São João mantém viva a tradição da cozinha portuguesa com tachos fumegantes, peixe fresco e o tempero da memória.
Hoje, o restaurante é gerido por uma família que chegou da Roménia em busca de uma vida nova — e que herdou, com respeito, o sonho de um casal português. “Decidimos seguir o mesmo caminho. Honrar quem começou tudo isto. Manter o rumo, manter a alma, manter a verdade da cozinha portuguesa”, partilham Lucian Moga e Carmina Moga. E com isso mantiveram também as frases que os guiam diariamente: “Não importa o que fazes, faz bem” e “Faz tudo com juízo”, ensinamentos deixados por um pai, de Carmina Moga, que, “mesmo ausente, continua presente em cada refeição”.
A ementa é um reflexo direto dessa filosofia: tachos que chegam à mesa fumegantes, pratos cozinhados com tempo e dedicação, peixe vindo da lota, marisco fresco, arroz de tomate ou coentros (12€), cataplanas (a partir de 48€), carnes suculentas (a partir de 17€), filetes de peixe galo (48€), camarão tigre grelhado (120€), moquecas (48€), massinhas de peixe com camarão (38€) e, até, sugestões vegetarianas (18€). “Tudo feito na hora, sem pressas nem atalhos”. As sobremesas e os gelados também são feitos pela casa — porque aqui, nada é deixado ao acaso.
Mas o que verdadeiramente distingue o São João não é só o sabor. É o ambiente despretensioso, a hospitalidade genuína, o sentimento de estar em casa mesmo estando longe. “Dizemos sempre aos clientes: apareçam! Não precisam de vestir-se de forma especial. Tragam a família, os amigos, até os vossos cães — aqui todos são bem-vindos. Queremos que se sintam como numa visita aos tios.”
E eles vêm. De todas as partes do mundo. Espanha, França, Itália, Inglaterra, Estados Unidos, China, Angola, Brasil. Muitos descobrem o restaurante quase por acaso e acabam por regressar várias vezes nas mesmas férias. E antes de partir, deixam sempre palavras que ficam: “Foi a melhor refeição das férias” ou “Isto soube-me à comida da minha mãe.”
Os vinhos também merecem aplauso: a carta é extensa e cuidadosamente selecionada, com referências de todas as regiões de Portugal e do mundo. Douro, Alentejo, Bairrada, Dão, Setúbal, França, Alemanha — há opções para todos os gostos e carteiras, desde os 15 euros até rótulos premiados internacionalmente. E não faltam os conselhos certos à mesa, para encontrar o par ideal entre o prato e o copo.
No São João, a cozinha é feita com saber e com coração. E talvez seja por isso que os pratos têm “qualquer coisa” que não se explica — só se sente. “Os clientes dizem-nos que há ali um sabor que não encontram noutros sítios. Mas não sabem descrever. Nós sabemos: é o amor por aquilo que fazemos, é o respeito pelos ingredientes e pelas pessoas. É saber que estamos exatamente onde devíamos estar.”
Nesta casa de aromas intensos e tachos generosos, o que se serve é mais do que comida: é uma história. Uma história portuguesa, com certeza — contada hoje por quem, vindo de longe, encontrou aqui um lar e decidiu honrar o lugar, os que vieram antes, e a cultura de um país que também já é seu.
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