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CASTRO VERDE

ICNF libertou nove crias de tartaranhão-caçador no Alentejo

Desde 2022, já foram libertados quase 60 exemplares de tartaranhão-caçador no âmbito do Programa de resgate e salvamento de ovos e crias da espécie.

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Castro Verde

ICNF libertou nove crias de tartaranhão-caçador no Alentejo

O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), em parceria com a Liga para a Proteção da Natureza (LPN), libertou, em Castro Verde, nove crias de tartaranhão-caçador (Circus pygargus), ou águia- caçadeira, nascidos em cativeiro, numa ação que se espera vir a contribuir para a manutenção da espécie no Alentejo.

A águia-caçadeira, ou tartaranhão-caçador, é uma espécie migradora, que existe enquanto reprodutor na Eurásia e Norte de África, desde a Península Ibérica e Marrocos, até cerca do paralelo 60, no sul da Sibéria e Ásia Norte-central. Inverna na África subsariana, principalmente no Sudão, Etiópia e Leste de África e também no subcontinente Indiano.

Em Portugal, a espécie surge como nidificante em especial na metade Este do país, nomeadamente nas planícies do Alentejo e nos planaltos serranos do centro-leste e norte.

A diminuição da área utilizada com cereais de outono-inverno e de práticas agrícolas e pecuárias que se registaram na última década terão contribuído para o declínio acentuado da espécie, decorrente da afetação direta do habitat e do aumento de impactes negativos sobre os locais de nidificação e consequentemente sobre o sucesso reprodutor.

Face ao acentuado decréscimo do número de casais, e à semelhança dos dois últimos anos, realizou-se o Programa de resgate e salvamento de ovos e crias especificamente direcionado para esta espécie.

A maioria dos casais desta espécie nidifica em searas, sendo essencial a colaboração dos agricultores na localização dos ninhos e alerta dirigido ao ICNF para a realização do resgate e salvamento de ovos e de crias.

Além da intervenção no habitat natural (in-situ), o programa de resgate e salvamento inclui também uma componente de conservação fora do ambiente natural (ex-situ), com a recolha dos ovos mais expostos a predação e outras ameaças.

O processo de incubação implica a monitorização constante da perda de peso de cada ovo a cada 48 horas, para serem incubados com a humidade adequada e assim maximizar o sucesso da operação. Após o nascimento, inicia-se a fase de alimentação das crias, que se realiza em ciclos de quatro a cinco refeições diárias, em ambiente climatizado.

Após os primeiros 15 dias, as crias são transferidas para uma jaula em meio natural, onde são ambientadas para posterior devolução à natureza (Hacking).

Os juvenis são depois anilhados para identificação e reconhecimento dos exemplares libertados e são colocados emissores para que seja possível seguir as suas rotas migratórias até ao seu destino de inverno em África.

Na sequência deste processo, em agosto, foram libertadas quatro crias de tartaranhão-caçador e foram libertados outros cinco exemplares, num total de nove.

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