Política
“Ele pensa que Portugal é um monte negro de problemas”
Évora
Academia Socialista terminou hoje em Évora
Ao longo de cinco dias, em Évora, 80 jovens tiveram a oportunidade de viver uma espécie de participação política fazendo uma reflexão sobre presente e futuro. Uma iniciativa que completa a sua segunda edição e que contou com a presença de Augusto Santos Silva, Presidente da Assembleia da República, Marina Gonçalves, Ministra da Habitação, Manuel Pizarro, Ministro da Saúde, e ainda o vice-presidente da Comissão Europeia para o Pacto Ecológico Europeu, Maros Sefcovic. Este Domingo, durante a sessão de encerramento, foi a vez de discursar Carlos César, Presidente do PS e o seu homónimo Carlos Zorrinho, Deputado no Parlamento Europeu.
Findado o mês de Agosto, é tempo agora da rentrée dos partidos políticos. O PS muniu-se de malas e bagagens e viajou até Évora para junto dos mais jovens delinear os próximos passos do partido socialista. “Temos um calendário exigente. As eleições na Madeira e nos Açores e ainda as eleições presidenciais e europeias. Temos que ganhar para ter uma Europa mais justa e coesa”, diz Carlos César. O líder socialista, um dia depois das comemorações dos 50 anos do nascimento do Movimento dos Capitães de Abril, em Alcáçovas, falou, no Alentejo, sobre a importância da descentralização em Portugal e ainda levantou as bandeiras da descriminação e desigualdades que precisam ser combatidas. Ainda com os cravos na mão, Carlos César apontou para os jovens referindo que são o futuro do nosso país. “O PS tem que contar com a juventude”.
“Ele pensa que Portugal é um monte negro de problemas”
A olhar para o PSD, o líder socialista diz sentir “simpatia pessoal” por Montenegro, líder do PSD, mas aponta para a “contestação constante como se Portugal fosse um monte negro de problemas”. Críticas apontadas ao partido social democrata que segundo Carlos César ” a oposição não quer olhar para a trajetória da redução de impostos e mesmo para a valorização da carreira dos professores”. Também atento aos atuais problemas que o país atravessa, como são exemplo o setor da saúde e da habitação, o mesmo aponta que estão conscientes na reforma organizacional em curso.
Também Carlos Zorrinho discursou para os mais jovens. O Eurodeputado falou na importância da transição digital, no entanto, relembra aos presentes, “não podemos ser servos da tecnologia, mas sim temos que seguir as nossas escolhas”, acrescentando ainda a importância da “imaginação e a ética ao poder”. Natural de Óbidos, o socialista não esquece o compromisso que o PS tem com o Alentejo e o país, ou seja, acabar com a descentralização. Com esta atual “guerra de palavras” entre PS e PSD, Carlos Zorrinho também não perdeu a oportunidade de apontar o dedo. “Abre-se uma política de oposição cheia de treinadores de bancada e apenas são um observatório”, remata.
Terminou assim mais uma edição da Academia Socialista, em Évora, que traça assim os próximos objetivos do PS, num caminho que será “exigente” como os próprios referem.